Fevereiro - 2005
E mais uma vez o sol vai embora, como sempre fez e sempre fará, mesmo depois de minha morte.A brisa gelada toca meu rosto, fazendo-o enrijecido.Meu coração lembra saudoso as manhãs de primavera, cheias de vitalidade.Bobagem.Coração é só mais um músculo.
Poderia ficar a vida toda aqui conversando com os últimos raios de sol, fios mornos de luz que anestesiam a dor, dor do ócio desesperador, do tempo perdido, do amanhã sem perspectiva.Mas eles se vão, sutis, à francesa, sem despedidas.O aconchego esvaindo-se por entre meus dedos, diante meus olhos, e a noite silenciosa vem mais uma vez coroar minha existência vazia.